A 24 de fevereiro, Steven Pu, cofundador da blockchain de camada 1 Taraxa, divulgou um relatório desafiando as alegações de desempenho frequentemente exageradas das redes blockchain. O relatório analisou dados de 22 redes blockchain utilizando informações da Chainspect e descobriu que os números teóricos de transações por segundo (TPS) apresentados por estas redes foram exagerados em média 20 vezes quando comparados com o desempenho da mainnet no mundo real.
De acordo com o estudo, a discrepância surge de métricas baseadas em laboratório que não refletem com precisão o desempenho dos blockchains em condições do mundo real. Em contraste com os elevados números de TPS reivindicados por muitas blockchains, o desempenho real foi significativamente inferior quando implementado em redes core ativas.
Apresentando uma nova métrica para a eficiência de custos
Para resolver este problema, o relatório apresenta uma nova métrica: TPS por dólar gasto num nó validador (TPS/$). Esta métrica visa avaliar o desempenho do blockchain em termos de custo-benefício, em vez de se focar apenas na velocidade bruta das transações. Ao avaliar as 22 redes, o estudo descobriu que o TPS teórico era, em média, 20 vezes superior ao realmente observado nas redes principais. Apenas quatro redes atingiram taxas de TPS/$ de dois dígitos, sugerindo que muitas blockchains exigem hardware dispendioso para manter taxas de transação relativamente modestas.
Pu defende que este desalinhamento questiona as alegações de escalabilidade e descentralização feitas pelos projetos blockchain. Realça a importância de utilizar métricas de desempenho transparentes e verificáveis na cadeia para uma avaliação mais precisa e fiável das redes blockchain.
Preocupações com a escalabilidade do blockchain
As conclusões do relatório Taraxa destacam o foco equivocado do setor em números elevados de TPS, que muitas vezes enganam as partes interessadas sobre as verdadeiras capacidades das redes blockchain. Por exemplo, redes como a Bitcoin (BTC) e a Ethereum (ETH) priorizam a segurança e a descentralização em detrimento da velocidade das transações, enquanto os projetos blockchain mais recentes anunciam números elevados de TPS que muitas vezes não se materializam na utilização no mundo real. A métrica TPS/$, no entanto, pode ajudar os programadores e as empresas a avaliar melhor as redes blockchain para casos de utilização prática, como pagamentos, rastreio da cadeia de abastecimento e finanças descentralizadas.
A necessidade de maior transparência
O relatório Taraxa serve como um apelo à ação para uma maior transparência no espaço blockchain. Pu, um empreendedor formado em Stanford, defende a utilização de dados verificáveis da mainnet em vez de depender de projeções de whitepapers. Esta mensagem chega numa altura em que o setor das criptomoedas está a enfrentar obstáculos significativos de adoção, e as estatísticas inflacionadas podem distorcer as decisões de investimento e desenvolvimento. Em setores como as finanças descentralizadas e a gestão da cadeia de abastecimento, onde a fiabilidade e o desempenho são essenciais, as métricas de custo-eficiência como o TPS/$ podem mudar o foco para redes que oferecem valor prático e sustentável, em vez de apenas velocidades teóricas.
Concluindo, o relatório emitido pela Taraxa esclarece as discrepâncias entre o desempenho declarado e o real da blockchain. Ao introduzir a métrica TPS/$, Pu incentiva o setor a adotar uma abordagem mais transparente e realista para avaliar a escalabilidade e o desempenho da blockchain, incentivando a utilização de dados da mainnet para informar decisões futuras.