Os legisladores suíços deram um passo significativo no sentido de integrar o Bitcoin na política energética do país com uma proposta para estudar como a mineração de Bitcoin poderá ajudar a otimizar a rede elétrica local. A 28 de Novembro, uma proposta do legislador suíço Samuel Kullmann foi aprovada por uma votação alargada de 85-46 no Parlamento Suíço. Este estudo tem como objetivo explorar como a rede Bitcoin, a maior blockchain descentralizada de prova de trabalho do mundo, poderia ser utilizada para estabilizar a rede energética da Suíça e ajudar a utilizar energia que de outra forma seria desperdiçada, particularmente aproveitando a mineração de Bitcoin como uma potencial solução para as ineficiências energéticas.
A proposta despertou interesse em como a mineração de Bitcoin pode ser mais do que apenas uma atividade financeira. Ao utilizar operações de mineração que, de outra forma, consumiriam o excesso de energia, o projeto prevê a integração do sistema de prova de trabalho do Bitcoin na infraestrutura energética do país. Este estudo poderá potencialmente abrir caminho para uma maior adoção do Bitcoin na Suíça, que tem estado cada vez mais aberta às inovações relacionadas com a criptomoeda e a blockchain.
A posição da Suíça em relação à Bitcoin e às criptomoedas não é totalmente nova. O país é há muito considerado uma das nações mais amigáveis para a criptografia na Europa, com cidades como Zurique a demonstrarem um interesse significativo em temas relacionados com o Bitcoin, especialmente durante eventos como o halving do Bitcoin. Na verdade, Zurique esteve na vanguarda das consultas de pesquisa do Google relacionadas com o halving do Bitcoin, destacando o elevado nível de envolvimento e interesse dos cidadãos suíços na criptomoeda.
A proposta surge na sequência de um interesse institucional mais amplo no Bitcoin, incluindo a compra de ações da MicroStrategy pelo Banco Central Suíço no início do ano. A MicroStrategy, a maior detentora corporativa de Bitcoin, acumulou mais de 35 mil milhões de dólares em Bitcoin através da sua tesouraria. A decisão do Banco Central Suíço de comprar ações desta empresa pesada em Bitcoin foi vista como um investimento indireto no próprio Bitcoin, consolidando ainda mais a posição do país como um ator-chave no panorama criptográfico global.
O estudo proposto também se alinha com uma tendência mais ampla de adoção global de Bitcoin e criptomoeda em resposta às crescentes preocupações com a inflação e ao aumento da procura institucional. Países como o Brasil e os EUA viram legisladores propor a criação de reservas nacionais de Bitcoin, reconhecendo o Bitcoin como uma potencial proteção contra a inflação. Além disso, o presidente da Câmara de Vancouver, Ken Sim, sugeriu que a cidade diversificasse os seus investimentos adicionando Bitcoin ao seu balanço soberano, seguindo o exemplo dado pela MicroStrategy de Michael Saylor, que se tornou um modelo proeminente para o investimento corporativo em Bitcoin.
O crescente interesse no Bitcoin a nível global reflete uma tendência maior em que os decisores políticos e as instituições financeiras estão a reconhecer o potencial do Bitcoin para além de apenas uma moeda digital. Com a nova proposta de estudo da Suíça, o país poderá estabelecer um precedente sobre como a mineração de Bitcoin pode desempenhar um papel na infraestrutura energética nacional, utilizando a rede descentralizada para estabilizar as redes e reduzir o desperdício de energia.
Concluindo, a recente decisão da Suíça de estudar o potencial da Bitcoin na estabilização da rede elétrica marca mais um passo em direção à integração da criptomoeda nos setores tradicionais. O ambiente regulatório favorável do país, combinado com o crescente interesse institucional e a adoção global, sugere que a Suíça poderá continuar a liderar na inovação do Bitcoin. Se for bem-sucedido, este estudo poderá tornar o Bitcoin uma parte integrante da infraestrutura energética não só na Suíça, mas potencialmente também noutras nações.