Cofundador do Lido sugere a criação de uma segunda Fundação Ethereum

Konstantin Lomashuk, cofundador da Lido Finance, sugeriu recentemente a criação de uma “Segunda Fundação” para o Ethereum, um conceito que gerou um debate considerável na comunidade Ethereum. Isto acontece no meio de críticas crescentes à Fundação Ethereum (EF) e à sua estrutura centralizada, que muitos consideram excessivamente focada em redes de camada 2 e que se tornou mais difícil de ser influenciada por pessoas de fora.

Lomashuk apresentou pela primeira vez a ideia de uma “Segunda Fundação” em dezembro, expressando preocupações sobre as operações da Fundação Ethereum e a falta de concorrência dentro da sua estrutura atual. Propôs que a criação de uma “Segunda Fundação” introduziria perspetivas mais diversas e daria à comunidade Ethereum mais opções quando se trata de tomada de decisões e desenvolvimento. Sugeriu ainda que esta nova fundação poderia proporcionar uma alternativa ao caminho atual da Fundação Ethereum, atuando potencialmente como um travão à sua crescente centralização.

Os seus comentários, tornados públicos num post X, reacenderam as discussões sobre a estrutura e governação da EF. A Fundação Ethereum tem estado sob escrutínio recentemente, especialmente porque o seu foco parece ter mudado para redes de camada 2, enquanto alguns argumentam que deveria ser dada mais atenção ao blockchain principal de camada 1 do Ethereum. Além disso, têm surgido críticas de que a tomada de decisões em EF está a tornar-se mais centralizada, o que mina os princípios fundadores da descentralização do Ethereum.

Vitalik Buterin, cofundador da Ethereum, respondeu a esta crítica revelando planos para uma grande revisão dos processos de tomada de decisão da Fundação Ethereum. No entanto, em vez de acalmar as tensões, as propostas de Buterin alimentaram ainda mais a controvérsia. O seu plano dar-lhe-ia um maior controlo sobre a EF, consolidando potencialmente o poder de tomada de decisão nas mãos de alguns indivíduos, uma abordagem vista por muitos como contrária ao espírito descentralizado sobre o qual o Ethereum foi construído.

Lomashuk, nas suas observações públicas, fez eco destas preocupações, argumentando que sem a devida competição e descentralização dentro do ecossistema Ethereum, a rede poderia perder o seu rumo. “A EF é muito profunda e é quase impossível para quem está de fora contribuir sem construir músculos de investigação a longo prazo. Sem concorrência, corremos o risco de perder o caminho certo”, afirmou.

Para além do seu papel na proposta de uma “Segunda Fundação”, Lomashuk é também a força motriz por detrás do Lido Finance, uma das plataformas mais influentes no ecossistema Ethereum. O Lido é uma aplicação de finanças descentralizadas (DeFi) que permite aos utilizadores apostar no Ether (ETH) e obter rendimentos passivos bloqueando os seus tokens para ajudar a proteger a rede Ethereum. O Lido é o maior validador de ETH, com aproximadamente 28% de todo o ETH apostado a ser depositado na plataforma.

As observações de Lomashuk são uma indicação da crescente tensão dentro da comunidade Ethereum sobre a forma como o seu futuro deve ser moldado. Com a crescente preocupação com a concentração de poder na Fundação Ethereum e o risco de sufocar a inovação, a ideia de uma “Segunda Fundação” apresenta uma visão para um ecossistema Ethereum mais aberto, competitivo e descentralizado. Ainda não se sabe se esta ideia ganha força ou desaparece, mas acrescenta uma nova dimensão ao debate em curso sobre a governação e o futuro do Ethereum.