Camboja proíbe 16 principais bolsas de criptomoedas, incluindo Binance, OKX e Coinbase

Cambodia Bans 16 Major Cryptocurrency Exchanges, Including Binance, OKX, and Coinbase

O Camboja decidiu bloquear o acesso a 16 grandes bolsas de criptomoedas, incluindo plataformas populares como a Binance, OKX e Coinbase, num esforço para conter o aumento dos crimes relacionados com criptomoedas e para fazer cumprir o seu quadro regulamentar para ativos digitais. De acordo com o Nikkei Asia, a proibição afeta 102 domínios online, muitos dos quais estão associados a jogos de azar online ligados a estas bolsas. Esta restrição surge na sequência do fracasso destas bolsas em obter as licenças necessárias do Regulador de Valores Mobiliários do Camboja (SERC), o que é um requisito para operar legalmente no país.

Embora os sites das bolsas estejam bloqueados, as aplicações móveis continuam operacionais. A medida faz parte de uma iniciativa mais ampla do Camboja para regular e controlar o seu crescente mercado de criptomoedas, que deverá atingir uma receita de 8 milhões de dólares em 2024. No entanto, espera-se que o crescimento no setor de ativos digitais abrande até 2025.

Antecedentes e Contexto Regulamentar

A Binance, uma das bolsas proibidas, tem um historial de cooperação com o Camboja, incluindo a assinatura de um memorando de entendimento (MoU) com o SERC em 2022 para auxiliar na criação de regulamentos de moeda digital. A Binance também estabeleceu uma parceria com o Royal Group do Camboja para promover a adoção da blockchain e forneceu formação aos funcionários do Ministério do Interior do país em junho de 2023 sobre como detetar crimes relacionados com a criptografia. Apesar destes esforços, a Binance está agora na lista negra.

As bolsas devem ser licenciadas ao abrigo do FinTech Regulatory Sandbox, um programa controlado supervisionado pela Autoridade de Serviços Financeiros Não Bancários do Camboja (NBFSA). Atualmente, apenas duas empresas estão licenciadas para negociar ativos digitais no Camboja, mas a falta de capacidade de trocar ativos digitais por Riel Cambojano (KHR) ou dólares americanos deixou o mercado criptográfico local em grande parte ineficaz.

O crescimento da criptomoeda no Camboja

A mudança para regular a criptomoeda no Camboja ocorre numa altura em que os esquemas relacionados com a criptografia estão a aumentar. De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), os esquemas de criptografia estão a tornar-se mais predominantes, com os cibercriminosos a utilizarem criptomoedas para atividades ilícitas, como o branqueamento de capitais. Além disso, algumas plataformas como a Garantia Huione, que têm sido associadas a atividades cibercriminosas no Sudeste Asiático, estão ligadas a conglomerados cambojanos como o Grupo Huione.

Em resposta a estes desafios, o governo cambojano está a concentrar-se na criação de um quadro regulamentar abrangente para os activos digitais e os sistemas financeiros descentralizados (DeFi). Isto fará parte dos esforços contínuos do país para combater os crimes financeiros e garantir que o sector dos activos digitais é mais organizado e transparente.

O futuro dos ativos digitais no Camboja

Olhando para o futuro, espera-se que o mercado de ativos digitais do Camboja evolua nos próximos anos. À medida que o país constrói um ambiente regulamentar mais estruturado, pretende regular a utilização de activos digitais e combater os crimes financeiros de forma mais eficaz. O Governo Real está concentrado no estabelecimento de regras claras que orientarão o crescimento dos sectores cripto e DeFi, ajudando a garantir que se alinham com os objectivos financeiros e económicos mais amplos do Camboja.

A Política de Desenvolvimento FinTech do Camboja prepara o terreno para o crescimento futuro, que pode incluir a criação de oportunidades para trocas de criptografia que satisfaçam os requisitos de licenciamento do país. No entanto, tal como está, o actual panorama criptográfico continua altamente controlado, com muitas bolsas ainda incapazes de operar legalmente dentro do país.

A decisão do Camboja de proibir 16 grandes bolsas de criptomoedas, incluindo alguns dos maiores nomes do setor, sublinha as crescentes preocupações do país sobre o potencial de crimes financeiros no espaço criptográfico. Embora o governo esteja a tomar medidas para regular e controlar o setor, a falta de bolsas totalmente funcionais e o aumento de fraudes indicam que o mercado criptográfico no Camboja ainda está na sua fase inicial de desenvolvimento. Com uma regulamentação mais estruturada prevista para os próximos anos, o Camboja pretende equilibrar o crescimento dos activos digitais com uma supervisão eficaz para combater as actividades ilícitas.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *