O Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia (DFPI) revogou permanentemente a licença de empréstimo da BlockFi, uma plataforma de empréstimo criptográfico, após uma série de problemas financeiros que levaram à sua falência e a questões regulamentares significativas. O colapso do BlockFi em 2022 ocorreu na sequência da queda da bolsa FTX, que criou um efeito cascata em todo o mercado das criptomoedas. Na altura do seu colapso, a BlockFi estendeu uma linha de crédito de 400 milhões de dólares à FTX, o que foi um fator importante que contribuiu para a instabilidade financeira da BlockFi. A falência da FTX e as consequências do mercado associadas levaram a BlockFi a apresentar o seu próprio pedido de falência no final de 2022.
A DFPI emitiu a revogação da licença depois de uma investigação sobre as operações da BlockFi ter encontrado várias violações da Lei de Financiamento da Califórnia. Especificamente, verificou-se que a BlockFi não avaliou adequadamente a capacidade dos mutuários de reembolsar os seus empréstimos antes de concederem o crédito. Além disso, a plataforma foi acusada de cobrar juros antes mesmo de os empréstimos serem emitidos, o que vai contra as regulamentações estaduais sobre empréstimos. Além disso, verificou-se que a BlockFi deturpou os principais termos do empréstimo, o que afetou a capacidade dos mutuários de gerir os seus empréstimos e potencialmente prejudicou a sua pontuação de crédito.
A BlockFi também enfrentou problemas relacionados com a falta de aconselhamento de crédito obrigatório para os mutuários, o que violou ainda mais as leis estaduais de proteção do consumidor. Estas conclusões levaram a DFPI a concluir que as práticas da plataforma eram inseguras para os mutuários e contrárias às normas regulamentares.
Além de terem revogado a licença de empréstimo da BlockFi, a DFPI e a BlockFi chegaram a um acordo. Como parte do acordo, a BlockFi concordou em cessar as suas práticas de empréstimo inseguras e em implementar medidas corretivas. Embora tenha sido aplicada uma multa de 175.000 dólares à empresa por estas violações, o pagamento da multa foi dispensado. Em vez disso, os fundos serão redireccionados para reembolsar os credores que foram afectados pelo colapso da empresa.
Esta ação da DFPI destaca o crescente escrutínio da indústria de empréstimos criptográficos, particularmente após as falhas de plataformas como o BlockFi e o FTX. As ações regulamentares tomadas contra a BlockFi servem como um lembrete dos riscos e desafios regulamentares que as empresas criptográficas enfrentam, especialmente quando lidam com fundos de clientes e práticas de empréstimo.