Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), reiterou a sua posição de que o Bitcoin não é adequado para ser utilizado como ativo de reserva. Apesar da tendência crescente de entidades soberanas e investidores institucionais a explorar o Bitcoin como uma possível proteção contra a inflação, Lagarde manteve o seu ceticismo durante uma conferência de imprensa a 30 de janeiro.
Afirmou estar confiante de que o Bitcoin não será considerado por nenhum dos bancos centrais do Conselho Geral do BCE. As objeções de Lagarde ao Bitcoin são bem conhecidas, e ela tem criticado consistentemente a criptomoeda pela sua natureza especulativa, restrições de liquidez e incertezas regulatórias.
Além disso, Lagarde levantou preocupações sobre a associação do Bitcoin a atividades ilícitas. Ela argumentou que o Bitcoin poderia servir como um veículo para lavagem de dinheiro e outras ações criminosas, o que ela acredita que o desqualifica de ser um ativo de reserva adequado. Segundo Lagarde, as reservas do banco central devem cumprir determinados critérios: devem ser líquidas, seguras e protegidas, sem serem contaminadas por suspeitas de utilização ilícita.
Os comentários de Lagarde reafirmaram a posição do BCE contra o Bitcoin no contexto das reservas dos bancos centrais. No entanto, vale a pena notar que nem todas as partes da Europa partilham da sua opinião. Por exemplo, os bancos da Noruega e da Suíça demonstraram algum grau de interesse na exposição ao Bitcoin através de investimentos em empresas como a MicroStrategy, que mantém o Bitcoin no seu balanço. Embora estes investimentos não sejam equivalentes a reservas diretas de Bitcoin, sinalizam um apetite crescente por Bitcoin em alguns setores financeiros.
Apesar da posição do BCE, o debate sobre o Bitcoin como um ativo de reserva continua a evoluir a nível global, com algumas entidades soberanas e instituições financeiras a explorarem o seu potencial como parte das suas estratégias de diversificação.