Amazon e Microsoft sob pressão para adicionar Bitcoin às reservas

Amazon and Microsoft Under Pressure to Add Bitcoin to Reserves

A Amazon e a Microsoft, dois dos gigantes tecnológicos mais influentes do mundo, enfrentam uma pressão crescente dos seus acionistas para diversificarem as suas reservas financeiras através da incorporação do Bitcoin. Os acionistas pressionaram para que a Amazon, em particular, considerasse alocar pelo menos 5% dos seus 585 mil milhões de dólares em ativos totais em Bitcoin, seguindo o exemplo de outras grandes corporações como a MicroStrategy, Tesla e Block, que adotaram o Bitcoin como proteção contra a inflação.

Apesar da reputação de volatilidade do Bitcoin, os proponentes argumentam que o seu potencial a longo prazo poderá superar os ativos tradicionais, como as obrigações, que oferecem rendimentos baixos. O Bitcoin já provou o seu valor em 2023, subindo 125% a 9 de dezembro, superando em muito os veículos de investimento tradicionais, incluindo o ouro e o S&P 500. Este crescimento chamou a atenção dos acionistas da Amazon, que acreditam que, com os US$ 88 mil milhões do caixa da Amazon sentada em investimentos de baixo rendimento, é tempo de a empresa reconsiderar a sua estratégia.

Uma situação semelhante está a desenrolar-se na Microsoft, onde os acionistas estão a incentivar a empresa a seguir os passos de empresas como a MicroStrategy e a adicionar Bitcoin ao seu balanço. No entanto, o conselho da Microsoft, liderado pelo cofundador Bill Gates, continua hesitante. Gates manifestou ceticismo em relação à criptografia, alertando que o mercado é movido por um comportamento especulativo, o que acredita que o torna um investimento arriscado. Apesar disso, alguns membros da indústria, incluindo o presidente executivo da MicroStrategy, Michael Saylor, fizeram lobby para que a Microsoft investisse no Bitcoin, vendo-o como uma parte crucial da transformação digital e um ativo excecional.

A ousada mudança da MicroStrategy para a Bitcoin

A MicroStrategy, que já foi principalmente uma empresa de software, transformou drasticamente a sua estratégia ao tornar o Bitcoin um componente central da sua tesouraria corporativa. Desde 2020, a empresa comprou mais de 423.650 Bitcoins, tornando-se uma das maiores detentoras corporativas de Bitcoin em todo o mundo. Esta mudança foi impulsionada pelas preocupações com a inflação e o declínio do valor das moedas tradicionais, sendo o Bitcoin visto como uma melhor reserva de valor devido à sua natureza deflacionária e à oferta limitada.

A decisão da MicroStrategy de investir em Bitcoin deu frutos. As suas ações subiram quase 2.500% nos últimos cinco anos, superando significativamente o desempenho da Amazon, que ganhou 51% no mesmo período. No entanto, esta estratégia apresenta riscos, uma vez que a volatilidade dos preços do Bitcoin significa que a sorte da MicroStrategy está intimamente ligada aos movimentos de preços da criptomoeda.

Por que razão o Bitcoin pode mudar as práticas de tesouraria das empresas

Se a Amazon e a Microsoft adotarem o Bitcoin como parte das suas reservas, isso poderá alterar significativamente as práticas de tesouraria das empresas. Tradicionalmente, as empresas diversificaram as suas participações financeiras em dinheiro, obrigações, ações e outros instrumentos de baixo risco. Adicionar o Bitcoin, um ativo digital com uma oferta finita, pode parecer pouco convencional, mas está em linha com a tendência crescente de procurar ativos resistentes à inflação que possam superar as opções tradicionais.

A aprovação dos ETFs Bitcoin nos últimos anos legitimou ainda mais o Bitcoin como um veículo de investimento regulamentado, atraindo interesse institucional. Os ETFs Spot Bitcoin, que detêm mais de 115 mil milhões de dólares em ativos sob gestão (AUM), tiveram um crescimento maciço, com mais de 3 mil milhões de dólares em entradas em apenas alguns dias no final de novembro. Este aumento de interesse impulsionou o preço do Bitcoin e demonstrou ainda mais o seu potencial como reserva de valor.

Para empresas como a Amazon e a Microsoft, mesmo uma pequena alocação em Bitcoin poderia oferecer um potencial de valorização significativo, especialmente porque o desempenho a longo prazo do Bitcoin continua a superar os investimentos tradicionais. Além disso, deter Bitcoin sinalizaria o alinhamento destas empresas com a crescente adoção institucional da criptomoeda, como evidenciado pelo interesse de grandes players como a BlackRock.

O efeito cascata da adoção empresarial do Bitcoin

A decisão de grandes empresas como a Amazon e a Microsoft de manter o Bitcoin pode ter profundos efeitos em cascata em todos os setores. Se as empresas mais influentes do mundo adotarem o Bitcoin, isso poderá normalizar a sua inclusão como ativo do tesouro. As empresas mais pequenas podem seguir o exemplo, aumentando a procura e potencialmente elevando ainda mais o preço do Bitcoin.

À medida que o ecossistema criptográfico continua a crescer, a inclusão do Bitcoin nos títulos corporativos pode tornar-se tão comum como os investimentos em ações e obrigações. A rápida adoção da tecnologia blockchain e da criptomoeda, juntamente com o aumento da clareza regulatória e da aceitação institucional, poderá sinalizar o início de uma nova era para os ativos digitais no mundo empresarial.

Nos próximos anos, a Bitcoin e outras criptomoedas poderão tornar-se uma parte vital das estratégias financeiras empresariais, tal como a Internet ou a computação em nuvem se tornaram ferramentas essenciais para o sucesso dos negócios. A próxima fase da adoção da criptografia irá provavelmente fazer com que esta se torne uma classe de ativos convencional, oferecendo às empresas uma nova forma de se protegerem contra a inflação, diversificarem as reservas e explorarem um ativo de alto desempenho que continua a ganhar força no mundo financeiro.

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