Acionista pede a Meta, a empresa-mãe do Facebook, que preencha o seu tesouro corporativo com Bitcoin

Shareholder urges Facebook parent Meta to fill its corporate treasury with Bitcoin

O Centro Nacional de Investigação de Políticas Públicas (NCPPR), um think tank conservador, voltou mais uma vez a sua atenção para que uma grande empresa tecnológica adotasse o Bitcoin como parte da sua estratégia de tesouraria corporativa. Desta vez, o grupo tem como alvo a Meta Platforms Inc., empresa-mãe do Facebook, à medida que continua a pressionar por uma maior adoção do Bitcoin nas finanças empresariais. A proposta, apresentada por Ethan Peck da NCPPR em nome da sua família, pede à Meta que aloque uma parte dos seus ativos corporativos em Bitcoin. Isto marca outro esforço do NCPPR para convencer os gigantes corporativos a explorar o Bitcoin não apenas como moeda, mas como uma alternativa aos ativos financeiros tradicionais, como as obrigações.

Esta não é a primeira vez que o NCPPR defende a adoção do Bitcoin nas grandes corporações. Anteriormente, abordaram empresas tecnológicas como a Microsoft e a Amazon, instando-as a considerar o Bitcoin como um ativo de reserva do tesouro. A Microsoft, com sede em Redmond, Washington, rejeitou a ideia, mas a Amazon, com sede em Seattle, está a considerá-la, com uma proposta a ser discutida na sua reunião de acionistas em abril.

O argumento do NCPPR para o Bitcoin como um ativo de tesouraria corporativa baseia-se no seu potencial como proteção contra a inflação e na sua oferta fixa, o que contrasta com a natureza tradicionalmente mais volátil dos títulos corporativos. O grupo aponta para o desempenho impressionante do Bitcoin, particularmente a ascensão dos fundos negociados em bolsa (ETFs) do Bitcoin, que tiveram um aumento de 100% até ao final de 2024. Este desempenho ultrapassou em muito os ativos tradicionais, como o índice S&P 500 e ainda o Roundhill Magnificent. Seven ETF, que acompanha as grandes empresas tecnológicas, incluindo a Meta, a Microsoft e a Amazon. O retorno substancial do investimento do Bitcoin tornou-o uma opção atraente para as empresas que procuram ativos alternativos para manter nos seus tesouros.

Uma das histórias de sucesso mais notáveis ​​é a da MicroStrategy, uma empresa de business intelligence que adotou o Bitcoin como parte importante da sua estratégia financeira. Sob a liderança do ex-CEO Michael Saylor, o preço das ações da MicroStrategy disparou uns surpreendentes 2.191% ao longo de cinco anos, em grande parte impulsionado pelas suas participações em Bitcoin. Esta estratégia fez da MicroStrategy um exemplo de tesourarias empresariais repletas de criptomoedas, e o NCPPR está ansioso por ver outros gigantes tecnológicos seguirem os seus passos.

No entanto, a jornada da Meta no espaço da moeda digital foi marcada por contratempos. A empresa, que ainda era conhecida como Facebook em 2019, lançou o projeto Libra, um plano ambicioso para criar uma stablecoin global apoiada por um cabaz de moedas fiduciárias e títulos governamentais. O objetivo era permitir transações contínuas e de baixo custo em todo o mundo, visando especialmente a população sem conta bancária. Infelizmente, Libra enfrentou uma intensa resistência regulatória por parte dos governos e das autoridades financeiras de todo o mundo. As preocupações em torno da soberania monetária, da privacidade dos dados e do potencial de utilização indevida para atividades ilícitas levaram ao eventual abandono do projeto.

Em 2020, Libra foi rebatizada como Diem, com foco na criação de uma stablecoin apoiada em dólares americanos. A Meta tentou obter apoio de grandes instituições financeiras como a Visa, a Mastercard e a PayPal, mas estas empresas acabaram por retirar o apoio. No início de 2022, a Meta decidiu vender o projeto Diem ao Silvergate Bank por 200 milhões de dólares, marcando o fim do seu empreendimento na criação da sua própria criptomoeda.

Apesar destes desafios, o interesse da Meta pelas moedas digitais continua presente, e o NCPPR vê o Bitcoin como uma alternativa viável para a empresa. A proposta convida a Meta a aprender com as experiências da MicroStrategy e de outras empresas que integraram com sucesso o Bitcoin nas suas estratégias financeiras. Embora os projetos Libra e Diem possam ter falhado, a Meta poderia potencialmente beneficiar da detenção do Bitcoin como parte da sua tesouraria, dado o valor crescente da criptomoeda e a crescente adoção de ativos digitais nas finanças convencionais.

Resta saber se o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, e o conselho de administração da empresa seguirão o conselho do NCPPR. A decisão seria significativa para a empresa, dadas as suas tentativas anteriores de criar a sua própria moeda digital e o potencial do Bitcoin para atuar como uma proteção contra os riscos financeiros tradicionais. A proposta sinaliza também a crescente influência do Bitcoin no mundo corporativo, especialmente à medida que empresas como a MicroStrategy e a Amazon exploram o seu potencial como reserva de valor e proteção contra a inflação.

Se a Meta decidir incorporar o Bitcoin na sua tesouraria, isso representaria uma grande mudança nas finanças empresariais. O papel do Bitcoin como uma classe de ativos alternativa poderá ajudar as empresas a diversificar as suas participações e potencialmente obter retornos mais elevados em comparação com os investimentos tradicionais. No entanto, a decisão de investir em Bitcoin também traz riscos, como a volatilidade da criptomoeda e a incerteza regulatória, fatores que a Meta e outras empresas terão de avaliar cuidadosamente.

No final, a proposta do NCPPR ao Meta faz parte de um movimento mais amplo que pressiona para a adoção generalizada do Bitcoin no mundo corporativo. Com a ascensão dos ETFs Bitcoin e o crescente reconhecimento da criptomoeda como uma classe de ativos legítima, é provável que mais empresas comecem a considerar o Bitcoin como parte das suas estratégias financeiras. Ainda não se sabe se a Meta será uma das primeiras grandes empresas tecnológicas a dar este passo, mas os esforços persistentes do NCPPR sugerem que a influência do Bitcoin no espaço de tesouraria empresarial está longe de terminar.

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