A Tether anunciou um grande desenvolvimento que levará a sua stablecoin USDT diretamente para a infraestrutura Bitcoin, aumentando significativamente a velocidade e a eficiência das transações ao alavancar a Lightning Network.
No dia 30 de janeiro, na Conferência Plan B em El Salvador, a Tether revelou que iria integrar o USDT na camada base do Bitcoin e na sua Lightning Network. Esta integração marca um passo significativo para a Tether, uma vez que alarga o seu alcance para além das redes tradicionais de blockchain e aproveita a vasta infraestrutura da Bitcoin para transações mais rápidas e baratas, especialmente em aplicações financeiras do mundo real, como remessas, pagamentos e transações quotidianas .
O CEO da Tether, Paolo Ardoino, enfatizou o objetivo da empresa de oferecer soluções práticas para transações financeiras globais que exigem rapidez e fiabilidade. Com esta mudança, os utilizadores podem agora enviar USDT através da camada base do Bitcoin e da Lightning Network, o que facilitará os micropagamentos e reduzirá os custos de transação. Espera-se que esta iniciativa promova uma adoção mais ampla de stablecoins para remessas globais e pagamentos internacionais.
A principal tecnologia que permite esta integração é o Taproot Assets, um protocolo desenvolvido pela Lightning Labs. O Taproot Assets permite a emissão de ativos digitais na cadeia principal do Bitcoin, ao mesmo tempo que possibilita que as transações sejam liquidadas através da Lightning Network. Este protocolo, introduzido em 2023, ajuda a preencher a lacuna entre as stablecoins e a infraestrutura Bitcoin, permitindo transações quase instantâneas e de baixo custo na Lightning Network.
Com o USDT a funcionar agora sem problemas tanto na cadeia principal do Bitcoin como na camada Lightning, este movimento está pronto para expandir o papel do Bitcoin nas finanças globais, uma vez que milhões de utilizadores poderão enviar dólares através das fronteiras de forma segura e descentralizada. Elizabeth Stark, CEO da Lightning Labs, destacou o impacto mais amplo desta integração, sugerindo que permitiria às pessoas enviar dólares a nível global com a segurança e transparência do Bitcoin.
O USDT tem vindo a dominar o mercado das stablecoins, com uma capitalização bolsista de 139,4 mil milhões de dólares em janeiro de 2024, quase três vezes a do USD Coin (USDC). Só em 2024, o USDT processou mais de 10 triliões de dólares em volume on-chain, aproximando-se rapidamente do volume anual de pagamentos da Visa, que é de 16 triliões de dólares.
Este anúncio surge também logo após a recente mudança da Tether para El Salvador, o único país onde o Bitcoin tem o estatuto de moeda com curso legal. No entanto, a Assembleia Legislativa de El Salvador alterou a Lei Bitcoin do país a 30 de janeiro, revertendo a aceitação obrigatória de Bitcoin pelos comerciantes. A mudança torna a aceitação do Bitcoin opcional para as empresas, alinhando com as condições definidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para um empréstimo de 1,4 mil milhões de dólares para estabilizar a economia do país.
Em síntese, a integração do USDT com a Bitcoin e a Lightning Network pela Tether representa um marco significativo na evolução das stablecoins e do seu papel em aplicações do mundo real, como as remessas e os pagamentos globais. Salienta também a crescente importância do Bitcoin como base para a inovação financeira.