Montenegro vai finalizar a extradição de Do Kwon até 20 de outubro

O capítulo da extradição de Do Kwon pode ser finalizado já no domingo, 19 de outubro, de acordo com os meios de comunicação locais montenegrinos.

O governo do Montenegro terá decidido para onde extraditar o cofundador da Terraform Labs e criptofugitivo Do Kwon, disse o ministro da Justiça, Bojan Božović, à imprensa no dia 17 de outubro.

Božović sugeriu que os documentos para a extradição de Kwon seriam assinados até ao fim de semana. Embora a remoção de Kwon de Montenegro pareça estar selada, o seu destino permanece desconhecido.

Do Kwon foi em tempos uma figura proeminente na indústria criptográfica, tendo lançado a amplamente popular rede blockchain Terra. Os seus dois tokens, TerraLuna e TerraUSD, foram o foco de apostas multimilionárias feitas por traders de renome, incluindo o GCR.

Tudo se desfez em maio de 2022, poucos meses após o pico do mercado criptográfico no final de 2021. A Terra e as suas criptomoedas gémeas entraram em colapso, deixando os investidores de retalho e institucionais com perdas totalizando 60 mil milhões de dólares.

Kwon fugiu das autoridades enquanto a indústria criptográfica vacilava devido a múltiplas falências após o colapso da Terra. Empresas como a Three Arrows Capital e a FTX cederam ao peso de uma enorme crise de liquidez enquanto Kwon escapava para a Europa.

Após um alerta vermelho da Interpol e um maior escrutínio global, Kwon foi detido na capital do Montenegro, Podgorica. O ex-CEO da Terra foi detido com documentos de viagem falsos quando tentava embarcar num voo privado para os Emirados Árabes Unidos.

Kwon, que provavelmente estava escondido na Sérvia antes de tentar atravessar para o Médio Oriente, foi considerado culpado de falsificação e preso durante cerca de seis meses.

Seguiu-se uma luta de extradição entre os EUA e o país natal de Kwon, a Coreia do Sul. Cada parte obteve direitos de extradição pelo menos uma vez em tribunal antes de outra instância judicial anular decisões anteriores.

Kwon acabou por ser libertado da prisão e colocado sob supervisão, enquanto se aguarda uma decisão formal do Ministério da Justiça. Entretanto, a sua empresa concordou com um acordo recorde de 4,47 mil milhões de dólares com a Securities and Exchange Commission. A Terra também concordou em dissolver os seus negócios e liquidar activos.